segunda-feira, 21 de maio de 2012

CONFIANÇA EXAGERADA, COMEÇO DO FIM



O óbvio desgasta qualquer relacionamento,

é óbvio que eu te amo,

é óbvio que você me ama,

é óbvio que nos amamos.

A lógica encurta a distância dos seguros de si,

é lógico que eu te amo,

é lógico que você me ama,

é lógico que nos amamos.

A certeza absoluta, tranquiliza os inseguros,

tenho certeza absoluta que eu te amo,

tenho certeza absoluta que você me ama,

tenho certeza absoluta que nos amamos.

Obviamente que a lógica não é uma certeza absoluta,

logicamente que a certeza absoluta não é óbvia,

a certeza absoluta nunca será obviamente uma lógica,

O amor não é tão seguro assim,

a partir do momento que a confiança ultrapassa os limites,

os amantes relaxarão em seus cuidados,

e nitidamente o amor entrará em decadência.

O amor não tem começo, meio e fim,

o amor é um começo eterno,

os cuidados que temos para a conquista inicial,

teremos que ter para a conquista diária,

sendo assim, nosso amor obviamente terá uma lógica,

disso tenho certeza absoluta.


Cesar Carvalho.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

GARGALHADA


Quando vou parar?

Não tenho vontade própria,

ela vem, e aumenta cada vez mais,

o que vi?

Do nada começou, de um tudo não quer parar,

Minha fisionomia modificou completamente,

não controlo nem a saliva que escorrega de minha boca.

Caem lágrimas de meus olhos,

porque estou assim?

O que fizeram, que me deixou tão eufórico?

Nos dias de hoje, não se vê muita gente praticar esse ato com tanta naturalidade.

Já entrou no próximo estágio, tosses, tosses, engasgos,

não consigo beber água, nem comer nada quando estou assim,

a última vez que aconteceu, me lembro bem, foi quando enganaram-me

dizendo que eu tinha acertado na loteria, era 1º de abril.

Dessa vez, acredito que é uma prévia, já que não tem motivos óbvios

para esse acontecimento. Minha intuição diz que tantos risos assim,

é porque o amor da minha vida em breve voltará, dessa vez para ficar.

É só alegria.


Cesar Carvalho.

RESSACA


Despertei com o silêncio,

o som dos meus passos em direção ao banheiro, incomoda,

é um tormento aquele barulho da urina caindo no vaso sanitário,

nem tranco a porta do banheiro para evitar sons.

Tento voltar devagar ao máximo, não consigo,

alguma coisa, algum objeto vai cair, vai bater,

a expectativa dessa espera de um incômodo, já perturba.

O retorno em linha reta para a cama, mesmo com a mente girando, é uma vitória,

que horrível esse medo do toque do celular ativar, juntamente com a preguiça de desligá-lo,

a buzina do vendedor de pães, a música gravada do caminhão de gás.

Quando se chega ao ponto de não aguentar o peso do próprio corpo, é demais.

Estou com muita fome, mas são quatorze degraus, não vou descer,

acabei de saciar a sede com água do lavatório,

não vou tomar remédio, pois não estou doente.

Que mal cheiro está no meu quarto, que fedor de azedo,

amnésia nada, lembro muito bem de tudo,

dançar na boquinha da garrafa, fazer um quatro,

falar que amo pessoas que acabei de conhecer, gritar bem alto,

eu quero tchu, eu quero tcha, ai se eu te pego, ai, ai...

Com tanta tecnologia hoje em dia, estou com medo de conectar-me a internet e ter

alguma surpresa desagradável.

Novamente o dia já se tornou noite, e ainda estou aqui.

O que faço pra melhorar essa situação?

Como diria minha mãe, se eu lhe fizesse essa pergunta.

-BEBE MAIS UM POUQUINHO, SEU CACHORRO!


Cesar Carvalho


(ATENÇÃO: O autor dessa escrita poeta Cesar Carvalho,
não faz uso de nenhum tipo de bebida alcoólica já
algum tempo, baseou-se em fatos relatados por amigos)

terça-feira, 15 de maio de 2012

O PERDÃO É MAIOR QUE NÓS




Aceitar teu perdão,
é endividar-me contigo.
É submeter-me ao ego rebaixado,
não quero que me perdoe,
apenas aceite minha falha.
Comente,
mas não quero pendente,
o que eu como gente,
fiz acontecer.
Teu engrandecimento por uma simples palavra,
é inadmissível.
Meu enfraquecimento por um erro,
inaceitável.
Se me quer,
seja mulher,
o que der e vier,
pode ser resolvido.
A consequência do erro, pode afetar você.
Porque errei?
A falha é continuidade da falta de acertos.
Mas quem faltou?
Será que meu erro, não cobriu tua falha?
Não seria o caso de pedir-me perdão?
Nunca a perdoaria,
não sou mais que você,
somos iguais, de sexo diferente.
Nos amamos, aceitamos um ao outro
com falhas discutíveis.

Cesar Carvalho

sábado, 12 de maio de 2012

AMO-TE TANTO


amo-te tanto, estonteante,

amor mimado, queda gigante,

valho no vazio, me aqueço em ti

tombo sem chão,

apoio sem mão,

pasmei, fisguei-te,

por muito calado,

silêncio abafado,

toque sutil revigora-te,

amar-te tanto assim, é bom

ser ou não ser, não será a questão,

vivo hoje sem linha de limites,

convidativa sejas tua aparência,

o mimo que te fiz no início,

iluminará nossa paixão noturna,

amo-te tanto.


Cesar Carvalho

quarta-feira, 9 de maio de 2012

EXPERIÊNCIA


Olhe esse rosto maltratado
mas de uma aparência elegante
em sua cadeira de balanço sentado
mostra que já viveu bastante

sinto-me orgulhoso de conhecê-lo
sinto-me feliz de sua amizade
meu maior prêmio é tê-lo
como um conselheiro de idade

não ligue pra essa capa que o cobre
teu maior valor está na mente
anos de absorção o torna nobre
não tem força física, mas é valente

conseguiu driblar essa vida dura
fugindo da atual expectativa
já passou anos de amargura
mas está firme, forte, na ativa

acredite, viver é como loteria
voce joga, joga às vezes acerta
é como ser premiado todo dia
ter o bilhete certo, ficar em alerta

ao me sentar neste banco do seu lado
vejo-me um algodão seco a encharcar
adquiro experiência, fico calado
só vou escutando até me fartar

fico triste em pensar que vai embora
um dia temos que ir, isso é normal
então aproveita bem, se revigora
repasse o que aprendeu, bem ou mal

de uma coisa pode ter muita certeza
vai deixar muito respeito e admiração
você meu velho, é um poço de riqueza
e vai estar sempre no meu coração

Cesar Carvalho



sábado, 5 de maio de 2012

SOU OU ESTOU SEU HOMEM?


Faminta, degusta saborosamente os lábios de minha boca,

sem tempo para respirar, aperta-me ao máximo de sua força física.

Puxa e repuxa meus cabelos com as pontas de seus dedos,

ao me beijar, inspira profundamente, para que possa demorar mais tempo

com a língua ocupada, ao terminar respira com um ar inconfundível de um alívio,

que aparenta mais ser o último de sua vida.

Lambidas por todo corpo, leves mordidas e pequenos arranhões,

fazem parte de uma demonstração sem limites de excitação sexual.

Após tantos movimentos, mudanças de posição, suores,

e vários segundos deliciando-se de um múltiplo orgasmo, você dormiu.

Já é previsto sua rouquidão, por causa de tantos gritos e risadas de satisfação.

Já é previsto seu cansaço, após tanto esforço amoroso.

Será que gosta tanto de mim assim, ou está carente?

Será que após acordar, continuará acesa essa chama?

Nem você vai conseguir responder.

Vou esquecer essa expectativa ansiosa e aguardar.

Se vai continuar com esse fogo ou não, ninguém sabe.

O que importa é que por alguns momentos da minha vida,

fui o homem, o namorado, o amante, o macho da sua vida.

O que importa é você ter sido a fêmea que me fez sentir assim.

Depois, como a própria palavra diz,

é depois.


Cesar Carvalho

quarta-feira, 2 de maio de 2012

IRA DE PAIXÃO


Sinceramente,
não quero ser sincero,
vou omitir,
vou mentir,
vou me calar,
não quero desejar bom dia,
não quero desejar boa tarde,
e muito menos boa noite.
Quero ver tudo explodir,
não vou tomar banho,
não quero nem me alimentar.
Não quero beijo,
não quero abraço,
também não quero ficar sozinho.
Quero olhar no rosto de alguém e xingar muito.
Agressão física?
Não, não estou disposto,
vou desligar a televisão, o rádio, o computador,
não queria chorar, mas escapou,
Não queria ficar triste, mas aconteceu.
Quero andar pelas ruas, sem rumo
na chuva, no frio, não to nem aí pra nada.
Mas se você atender meu telefone, e aceitar minhas desculpas,
voltarei a ser o mesmo risonho, simpático,
gente boa e apaixonado de sempre.

Cesar Carvalho

terça-feira, 1 de maio de 2012

COVARDIA


Tu tergiversas perante nossa situação,
argumenta sob frases escapatórias a revelia,
não utiliza as laterais de tua face
à função que foi lhe dada divinamente.
Repuxa do fundo de tua alma em tremores,
aliados em temores de uma colisão amorosa.
Gesticula silenciosamente,
disfarça em olhares de canto,
solta o sopro de um falso alívio,
engole a seco em choro interno.
Decola em voo rasante o pensamento da fuga,
desencoraja tua própria vontade.
Tentativas de ramificação do poder da decisão,
foram despejadas em ti.
Não resolver o problema,
vulgariza escandalosamente as virtudes que te cercam.
Não desisto de mim,
mas não insisto em ti.
Aguardarei,
aguardarei,
aguardarei.

Cesar Carvalho