sexta-feira, 18 de maio de 2012

RESSACA


Despertei com o silêncio,

o som dos meus passos em direção ao banheiro, incomoda,

é um tormento aquele barulho da urina caindo no vaso sanitário,

nem tranco a porta do banheiro para evitar sons.

Tento voltar devagar ao máximo, não consigo,

alguma coisa, algum objeto vai cair, vai bater,

a expectativa dessa espera de um incômodo, já perturba.

O retorno em linha reta para a cama, mesmo com a mente girando, é uma vitória,

que horrível esse medo do toque do celular ativar, juntamente com a preguiça de desligá-lo,

a buzina do vendedor de pães, a música gravada do caminhão de gás.

Quando se chega ao ponto de não aguentar o peso do próprio corpo, é demais.

Estou com muita fome, mas são quatorze degraus, não vou descer,

acabei de saciar a sede com água do lavatório,

não vou tomar remédio, pois não estou doente.

Que mal cheiro está no meu quarto, que fedor de azedo,

amnésia nada, lembro muito bem de tudo,

dançar na boquinha da garrafa, fazer um quatro,

falar que amo pessoas que acabei de conhecer, gritar bem alto,

eu quero tchu, eu quero tcha, ai se eu te pego, ai, ai...

Com tanta tecnologia hoje em dia, estou com medo de conectar-me a internet e ter

alguma surpresa desagradável.

Novamente o dia já se tornou noite, e ainda estou aqui.

O que faço pra melhorar essa situação?

Como diria minha mãe, se eu lhe fizesse essa pergunta.

-BEBE MAIS UM POUQUINHO, SEU CACHORRO!


Cesar Carvalho


(ATENÇÃO: O autor dessa escrita poeta Cesar Carvalho,
não faz uso de nenhum tipo de bebida alcoólica já
algum tempo, baseou-se em fatos relatados por amigos)

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