sábado, 25 de fevereiro de 2012

BUSCAS


Procurar dentro de ti onde está o erro,
amedronta, assusta teu eu.
O que foi você?
O que é você?
Uma aparência agradabilíssima,
uma simpatia estonteante,
uma maciez verbal,
um toque divinal.
O que foi você?
O que será você?
Teu interior desfigura tua beleza,
teu secreto ser não condiz contigo.
Guilhotina em forma de dentes,
Espadas em forma de unhas.
O que é você?
O que demonstra ser?
Um bombom explosivo,
uma bala venenosa.
Teu resmungo rosna perante teus iguais,
carinhosamente sufoca quem te gosta.
Perturba a mais calma sensibilidade alheia,
afoga tuas mágoas em rasas águas,
tem o poder de triturar sentimentos.
Cadê você?
Onde se escondeu?
Sabe o que tu és?
Um holograma de uma linda mulher,
projetada no palco de uma negativa autoanálise.
Continue te procurando,
quando descobrir tua real personalidade,
não sendo muito tarde,
abraça-te, peça perdão,
porque o arrependimento é um dom dominante.
Aí sim, nascerás novamente e começarás uma vida
aos iguais de teu ciclo vital.

Cesar Carvalho

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

MUDANÇA POR UMA CRIANÇA


Teu belo corpo,
quantas mudanças,
propositalmente engordara,
como uma máscara, como um disfarce,
uma visível diferença em tuas faces.
Uma felicidade em volta de um receio,
tua prioridade se divide meio-a-meio.
Desafiando a lei da física,
dois corpos, um só lugar,
comunicações através de mímicas,
teus cuidados, tua atenção,
meses aguardando uma formação.
De olhar para ti,
sinto-me da mesma forma,
claro psicológico, não é uma norma.
O poder instintivo da natureza
tanta vaidade, cuidados com a beleza,
isso nem importa mais,
tanto fez, como tanto faz,
Só queres ser capaz,
capaz de embarcar nessa
com calma, sem pressa.
Serão noites sem dormir,
dias e dias de choro,
diferente mundo estar porvir
novo amor, novo namoro.
Estou impressionado,
com tanta vocação e esperança,
deixou tudo de lado,
para se dedicar a essa criança.
Parabéns!

Cesar Carvalho

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

O QUE RESTOU DE MIM


Vestígios de amor,
sobras do que um dia foi bom,
rastros de alguém que jamais verei novamente,
uma escolha repentina de não querer-me mais,
um perfume inesquecível,
gosto de ardentes beijos,
beijos que a cada um minha paixão aumentara.
É como brincássemos de esconde-esconde,
contei até dez,
e pronto, você sumiu.
Procuro-te até hoje,
até hoje sofro a cada olhar frustrado.
Faces e faces detalhei
acreditando estar enganado
e que você seria uma delas,
dizem que tudo tem limites,
porém, limitei meu mundo ao seu redor,
acompanhei teus passos,
segui teus conselhos.
O que fez-me tão submisso?
Que órgão é esse chamado cérebro
que deixou tudo isso acontecer com meu corpo?
Chorar não adianta mais,
viver ficou sem graça,
substituir você, nossa parece-me impossível.
Então vou fazer assim,
esperar, esperar, esperar
e deixar que vida
espere o retorno do homem que eu era
antes desse vulcão passageiro
chamado amor não correspondido.

Cesar Carvalho

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

REPARAÇÃO


Subconsciente punido,
corpo padecido.

Lembranças das mais altas "lambanças",
permanência num erro primário,
anos e anos batendo em uma única tecla.

Subconsciente punido,
corpo padecido.

Olhos que enxergavam tortos caminhos,
conselhos escritos em pergaminhos,
cheiro da intolerância.

Subconsciente punido,
corpo padecido.

Entregar-se a vida sem vida,
nascer de um nascer não concebido,
viver paralelamente a certeza.

Subconsciente punido,
corpo padecido.

Esconder-se da verdade,
cabisbaixo a normalidade,
esquivar-se de um olho-no-olho.

Subconsciente punido,
corpo padecido.

Jamais tarde para uma reparação,
forçado pela experiência,
buscando uma alheia paciência.

Subconsciente punido,
corpo padecido.

Passo a passo com muita calma,
restaurando corpo e alma,
o teu eu permanece.

Subconsciente 'arrependido,
corpo agradecido.'

Cesar Carvalho

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

DOUTOR AMOR


Sonho entre flores,
atrativo desejo de estar lá,
bifurca entre odores,
sem pronúncia quer que eu vá,
em preto, branco e a cores,
o meu ir é pra agora e pra já,
não estou em paga de favores,
como fêmea não se arrependerá,
gemidos embutidos em dores,
relata o ditado, "quem viver verá",
para senhora e para senhores,
certamente me divulgará,
enfim, sairei dos bastidores,
minha fama particular virá,
excelente fase de meus sensores,
em privilégio você entenderá,
nessa função são poucos Doutores,
boa aula qualquer uma terá,
agradecendo aos antecessores,
sou sua prazerosa criança, minha babá.

Cesar Carvalho


CONHEÇO VOCÊ?


Notável, torna-se irreversível,
magnífica em apelos amorosos.
Mantêm forma de um rosto honroso
sob ofuscante e artesanal película.
Em frente ao desempenho matrimonial,
divulga-se elaboradora.
Comum congênere,
transfere-se em respeito mútuo
seguindo uma direcção oposta e patética
ao mais profundo sentimento.
Distorce a realidade de um mundo imaginário,
revela-se estranha ao ver de outrem,
hierarquia em tímido e sigiloso olhar.
Livre e obediente ao menor abuso dramático e calculista.
Assim sendo, apresento-me sem receio,
Senhor "Paciência Apaixonado da Vida".
Muito prazer!

Cesar Carvalho

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

AMOR INTROVERTIDO


Aconteça o que acontecer
estarei ao seu lado,
o abandono não faz parte
do meu jeito de viver,
sou muito quieto,
muito calado,
introvertido,
meio abafado,
o suficiente
para não chegar em você.
Jeito intolerante
ao modo de se ver,
insignificante para
quem quer se conhecer.
Mas não me julgue
com poucas incertezas,
nem me divulgue
páreo a indelicadeza,
me tenha como gente,
leia minha mente,
descubra que sou diferente,
e que minha paixão
só enxerga você pela frente.
Não caduco
esse meu jeito de te amar,
não te cutuco
só por querer te espetar,
que venha à tona
o entender do meu gostar,
se impressiona
e comigo vem ficar.

Cesar Carvalho

sábado, 4 de fevereiro de 2012

QUE AMOR É ESSE?



Orei, orei, orei, orei.
Tanto fiz por ti,
tanto me dediquei.
Conselhos, palavras, acreditei.
"Pôxa", como se explica
tanta fidelidade a um ser
da mesma espécie?
Quantas noites sem dormir,
quantos dias sem sossego,
quanta vontade de te ver sorrir,
como se explica tanto apego?
Não me alimento
se estiver com fome,
não me aqueço
se estiver com frio,
não respondo
se não perguntar,
te protejo antes do medo,
te guio antes de caminhar,
não quero saber do teu segredo,
se não quiser me contar.
Não te deixo retroceder,
te empurro para o progresso,
não exploro teu talento,
mas quero teu sucesso.
Filtro tua água,
curo tua doença,
cuido do teu descanso,
te desvio dos problemas,
ou te apresento a solução.
Como se explica tanto amor?
Sabe porque?
Dependo da tua dependência,
meu carinho defende
minha obediência.
Porque eu te amo,
E isso não tem explicação.

Cesar Carvalho